O tema
inveja sempre me interessou. Inveja
como tese, claro, não o sentimento em si. Meu interesse pelo assunto foi
despertado pelo jornalista e escritor Zuenir Ventura, com seu livro Inveja – mal secreto (Editora Objetiva).
O
livro prende a atenção do leitor logo nas primeiras páginas, nas quais Zuenir
adverte sobre estas importantes distinções: “aos que pretendem empreender essa
viagem, o autor pede que levem consigo, para o caso de se perderem, três distinções
básicas: ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem;
inveja é não querer que o outro tenha”.
Parte
integrante da coleção Plenos Pecados –
que discute os sete pecados capitais – mal
secreto é muito mais que um livro sobre inveja.
É um delicioso relato sobre alguém que está escrevendo um livro sobre inveja.
Ensinamentos
Diferente
de outros pecados – como a gula e a luxúria – a inveja é de fato um mal
secreto. Quem a possui esconde. Vive num mundo de trevas...
Desta
forma, ninguém é invejoso. Todos são
invejados. Aliás, sentir-se invejado é uma das principais características dos invejosos. E quem, afinal, não conhece
alguém que se diz “invejado”?
Outra
informação importante sobre esse tenebroso mal é que, segundo Zuenir e outros
invejólogos, não existem inveja boa
ou inveja branca. Desconfio,
inclusive, que o último termo é racista!
O argumento para a inveja boa parece ser o mesmo dos que se dizem invejados: ambos têm
a função de atenuar a vergonha que se tem do sentimento de inveja.
Vale
destacar ainda que a inveja se
manifesta entre iguais. No ambiente de trabalho, por exemplo. Por isso,
costuma-se dizer que rei inveja rei e
mendigo inveja mendigo.
Portanto,
não se sinta culpado por achar que inveja
algum cantor, ator ou escritor famoso – a não ser que você seja um destes.
Vamos
parando por aqui, porque este assunto rende páginas e páginas. Pessoalmente,
morro de inveja de quem tem a capacidade
de sintetizar o que escreve...
P.S.
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